quarta-feira, 7 de maio de 2008

DO LADO DE LÁ - Helena Rios


To cansada de sonhar com a vida distorcida.
Procuro satisfação e insensatez na ferida contida. Lacrada.
Esparadrapo na boca, sufoco o grito e não me resta nada.
Faço música no lugar da morte
Sonho o passado que fui um dia
O desespero do sonho velado
Na alma que vagueia aflita
E a luz do relógio tocando no despertador do quarto abafado
Cheio de objetos sem marcas e assinaturas
Que não enfeitam a passagem do sono pra vida
E da solidão pro sono, e sim, inertes, são apenas alguma coisa sem tinta.
O valor do sangue que não derramei ostenta a matemática dos céus
Quem sabe um dia eu cobre a Deus
A falta que faz a luz do dia.

Helena Rios

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